Vida e morte de M.J. Gonzaga de Sá
Autor: Lima Barreto
Movimento literário: Pré-Modernismo
Autor: Lima Barreto
Movimento literário: Pré-Modernismo
Estilo: Estilo direto e claro, conforme a norma culta da língua portuguesa. Algumas expressões populares. Uso intenso de ironia, revelando hipocrisias e produzindo comicidade.
Estrutura: Narrativa dispersa em 12 capítulos. O romance é uma paródia de biografia na qual o biógrafo, Augusto Machado, aborda a vida do biografado, Gonzaga de Sá. Extenso uso de digressões que permitem a livre associação dos mais diversos assuntos, bem como para apresentar a opinião de Gonzaga de Sá e Augusto Machado sobre temas da sociedade brasileira da Primeira República, com especial atenção para o funcionalismo público improdutivo, a sociedade clientelista, o racismo científico e a elite com pompas de aristocracia.
Personagens:
- Gonzaga de Sá: funcionário público em fim de carreira, que narra suas experiências para o biógrafo.
- Augusto Machado: jovem de 20 anos, mestiço e, também, funcionário público.
- D. Escolástica: tia de Gonzaga e que representa a velha ordem imperial.
- Romualdo: funcionário da repartição de Gonzaga.
- Aleixo: filho de Romualdo a ser educado por Gonzaga e tia Escolástica.
- Alcmena: moça que flerta com Augusto.
- Xisto: funcionário invejoso de Gonzaga.
Importância da obra: A obra retrata a sociedade brasileira da Primeira República, com especial ênfase nas transformações sociais proporcionadas pela ascensão de uma nova oligarquia ao poder, em detrimento de uma ligada ao antigo Império. Retrato da vida dos funcionários públicos, gente capaz reduzida a uma vida de restrições intelectuais, fruto de um trabalho pouco ativo e estimulante. Presença do racismo científico e da sociedade clientelista, características que permanecerão presentes durante o curso da vida do biógrafo Augusto Machado, que lamenta essa situação.