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Unicamp: No seu pescoço

No seu pescoço

No seu pescoço

Autor: Chimamanda Ngozi Adichie

Movimento literário: Pós-modernismo - Literatura contemporânea

Autora: Chimamanda Ngozi Adichie (1977) nasceu em Enugu, na Nigéria, e cresceu na cidade de Nsukka, onde aprendeu a falar inglês e o idioma igbo. Ela iniciou os estudos em Medicina e Farmácia na Universidade da Nigéria, e, aos 19 anos, mudou-se para os Estados Unidos para estudar Comunicação e Ciências Políticas na Universidade de Drexel, na Filadélfia.

Mestre em escrita criativa pela Universidade Johns Hopkins e em Estudos Africanos pela Universidade de Yale, a escritora publicou sua primeira obra em 1997 (Decisions), uma coletânea de poemas. A escritora divide seu tempo entre a Nigéria e os Estados Unidos.

 

Movimento literário: Pós-modernismo - Literatura contemporânea

 

Estilo: a fragmentação temporal está entre os principais recursos explorados pela autora, que, frequentemente, situa a ação numa cena presente a partir da qual, por meio de flashbacks que exploram o tempo psicológico, reconstituem-se acontecimentos do passado.

A ironia sutil de Chimamanda atua de modo a desvelar as contradições e as complexidades inerentes à alma humana, combinada com a habilidade de incluir na trama detalhes muito concretos do cotidiano, que permitem ao leitor reconstruir mentalmente os gestos e as ações das personagens.

 

No Seu Pescoço (2009)

Resumo dos contos:

“A cela um”: preso por suposto envolvimento com gangues, um jovem de origem privilegiada passa por uma profunda transformação de caráter ao encarar a brutalidade da cadeia. Narrativa em 1ª pessoa.

 

“Réplica”: abalada pela notícia de uma traição do marido, uma nigeriana estabelecida nos Estados Unidos se vê confrontada com sua identidade e com seus privilégios materiais. Narrativa em 3ª pessoa.

 

“Uma experiência privada”: durante um atentado extremista, uma estudante de Medicina de família cristã e uma feirante muçulmana descobrem uma conexão inesperada e trágica. Narrativa em 3ª pessoa.

 

“Fantasmas”: em reencontro com um colega desaparecido desde a Guerra Civil Nigeriana, um professor aposentado evoca memórias dolorosas do passado e relata experiências sobrenaturais. Narrativa em 1ª pessoa.

 

“Na segunda-feira da semana passada”: uma babá nigeriana se encanta com a cativante presença da patroa norte-americana, que reaviva sua autoestima e reorienta suas expectativas. Narrativa em 3ª pessoa.

 

“Jumping Monkey Hill”: durante um evento de escritores, uma autora nigeriana expõe as hipocrisias do ambiente literário e critica a persistência de perspectivas colonialistas. Narrativa em 3ª pessoa.

 

“No seu pescoço”: uma jovem nigeriana em busca do “sonho americano” enfrenta os atritos culturais decorrentes do relacionamento amoroso com um estudante local. Narrativa em 2ª pessoa.

 

“A embaixada americana”: na fila para solicitar asilo humanitário, uma mulher revisita a sua tragédia familiar, marcada pela perseguição política ao marido e pelo assassinato do filho. Narrativa em 3ª pessoa.


“O tremor”: nos Estados Unidos, uma estudante de pós-graduação e um imigrante ilegal nigerianos compartilham desilusões afetivas e confrontam suas crenças religiosas, na busca de consolo mútuo. Narrativa em 3ª pessoa.


“Os casamenteiros”: recém-chegada aos Estados Unidos, uma jovem nigeriana enfrenta as desilusões de um casamento arranjado e encontra apoio emocional em uma vizinha norte-americana. Narrativa em 1ª pessoa.


“Amanhã é tarde demais”: após dezoito anos, uma mulher retorna à Nigéria para o funeral da avó, revisitando as circunstâncias trágicas que envolveram a morte de seu irmão, ainda na infância. Narrativa em 2ª pessoa.


“A historiadora obstinada”: no final do século XIX, uma viúva da etnia igbo vê seu filho se transformar por influência do cristianismo e encontra na neta a esperança de preservação de sua cultura ancestral. Narrativa em 3ª pessoa.


Tempo: com exceção do conto de encerramento (“A historiadora obstinada”), que remonta ao período colonial, as narrativas transcorrem no tempo de sua autora, entre a década de 1990 e o início dos anos 2000.


Espaço: os contos se dividem em dois grandes grupos, aqueles que se passam na Nigéria (em cidades como Lagos, Abuja, Kano, Enugu, Nsukka e Onicha) e os que retratam a experiência dos imigrantes nigerianos nos Estados Unidos (em cidades como Filadélfia, Connecticut, Princeton e Nova York). A exceção fica por conta de “Jumping Monkey Hill”, ambientado na África do Sul.


Importância da obra: a partir de uma representação literária que abraça as complexidades culturais e identitárias da Nigéria e dos Estados Unidos, os contos de Chimamanda oferecem um poderoso antídoto contra a chamada “história única”, isto é, a tendência de encarar a cultura de um povo com base em estereótipos simplistas.