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Unicamp: Canções Escolhidas - Cartola
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Autor: Cartola
Movimento literário: Álbum Musical – Gênero: Samba
Autor: Cartola
Movimento Literário: Álbum Musical – Gênero: Samba
Angenor de Oliveira, popularmente conhecido como Cartola, nasceu no Rio de Janeiro, em 1908. Devido às severas dificuldades financeiras do pai, a família precisou sair de um bairro nobre da cidade para alojar-se em um barraco no Morro da Mangueira, no surgimento dessa comunidade. Ali, o menino, que estava aprendendo a tocar violão e cavaquinho com o pai, desenvolveu-se no samba, frequentando a quadra de ensaios dos blocos de Carnaval da região. Em meio a uma juventude conturbada, Cartola – que ganhava a vida com “bicos” de pedreiro – criou, com alguns amigos, uma grande reunião de blocos de Carnaval do morro onde moravam. Por sugestão de Angenor, esse coletivo de blocos ganhou o nome de Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira.
Muitas frustrações pessoais e alguns sucessos musicais se alternaram na vida do iniciante compositor, cantor e violonista. Mas, pouco antes de completar 30 anos de idade, suas composições já o haviam tornado renomado, a ponto de ter algumas canções gravadas por importantes nomes da música popular, como Carmem Miranda e Francisco Alves. Também nessa época, a Mangueira, sua escola do coração, ganhava alguns dos campeonatos do Carnaval carioca, com sambas-enredo compostos por Cartola e seus parceiros.
A morte de sua primeira companheira, complicações severas de saúde, além do desemprego e da mudança do Morro da Mangueira fizeram com que o compositor deixasse de se dedicar à música por um período, vivendo uma vida de tristeza e de consumo excessivo de álcool.
Só muito tempo mais tarde é que seu reerguimento pessoal e musical aconteceu. Conheceu Dona Zica, que foi sua segunda e derradeira companheira, parceira de empreendimentos e incentivadora da volta de Cartola à Estação Primeira, onde foi calorosamente recebido após anos de ausência. Após a redescoberta da importância das músicas de Cartola por jovens artistas, como Nara Leão, um jovem produtor musical paulistano surgiu em seu caminho. Graças a esse produtor, uma gravadora finalmente concordou em lançar os primeiros álbuns com as canções de Cartola, tendo ele mesmo como intérprete.
Aos 65 anos de idade, Cartola estreou em disco cantando suas próprias músicas. Os álbuns Cartola (1974) e Cartola 2 (1976) incluíram algumas de suas músicas mais célebres e contribuíram para resgatar o samba como um dos principais gêneros da música brasileira. Verde que te quero rosa (1977) e Cartola 70 anos (1979) foram discos mais ousados, que misturavam o samba-canção com outros gêneros musicais, como chorinho, bossa nova e até mesmo bolero.
Daí até o fim da vida, Cartola gozou de sucessos, renome e homenagens, os quais perduram até os dias de hoje.
Em suas letras, observam-se características recorrentes de seu estilo de composição, que abusa de metáforas e de antíteses. No que toca aos assuntos dos versos, há um forte tema de sentimentos amorosos que causam tristezas e angústias. Além disso, algumas letras de Cartola são quase autobiográficas, pois exploram questões pessoais do autor, como o envelhecimento, a passagem do tempo e a deterioração da saúde.
O contexto que envolve as letras é o das rodas de samba e dos ensaios nas quadras das escolas de samba, bem como o viver da população do morro. Entre suas composições, “O mundo é um moinho” e “As rosas não falam” são fundamentais para entender a cultura musical brasileira. A primeira é um alerta de um senhor a uma jovem sobre as tristezas, os perigos e as dificuldades da vida; enquanto a segunda retrata o sofrimento de um amor não correspondido.
Cartola se tornou um nome incontornável da nossa música, consolidando o samba em um lugar de renome, refinamento, inteligência e elegância. Sua obra foi responsável por modernizar o estilo e trazer destaque para a grandiosidade artística que é a composição de canções no Brasil.