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Unicamp: Olhos D'Água

Olhos D'Água

Olhos D'Água

Autor: Conceição Evaristo

Movimento literário: Pós-modernismo - Prosa brasileira contemporânea

Autora: Maria da Conceição Evaristo de Brito, nascida no ano de 1946 em Belo Horizonte (MG), é escritora, poeta, ativista e professora.

Movimento Literário: Pós-modernismo - Gênero: prosa brasileira contemporânea

Estilo: escrita permeada de oralidade e poesia. Faz uso recorrente de hifenização e de neologismo. Prosa crua e direta, que toca em pontos nevrálgicos dos problemas sociais e raciais brasileiros. Defende a “escrevivência” – forma de entender e reagir ao passado colonial e à escravidão.

Olhos d’água (2014): Conjunto de quinze ficções extremamente críticas, em que são abordados temas como  a discriminação – racial, de gênero e de classe –, e a sexualidade. Ressalta as brutais desigualdades humanas, mas sem esquecer o lirismo, a beleza e a delicadeza. Essa mistura entre denúncia e ternura faz da obra de Conceição Evaristo um painel comovente e político. Um dos enfoques principais é o da situação das mulheres negras no Brasil.

Tempo: Os contos não possuem marcação temporal precisa, no entanto, pelo contexto pode-se presumir que se trata do presente histórico brasileiro do final do século XX e início do século XXI. 

Espaço: Brasil, ambiente urbano de pobreza, favelas, morros e barracos. Espaço público de ruas, avenidas e marquises. Há, também, alguns espaços que sugerem os da classe média baixa.

Temática dos contos:

  • Olhos d’água: memória, ancestralidade africana, fome, pobreza, busca pela mãe e pela própria identidade.
  • Ana Davenga: amor e morte; crime organizado; ação policial; pobreza do morro; solidariedade no crime.
  • Duzu-Querença: prostituição, mendicância, violência, assassinato, brutalidade, exploração.
  • Maria: assalto, crime, pobreza, fome, linchamento.
  • Quantos filhos Natalina teve?: maternidade, violência, “barriga de aluguel”, estupro, assassinato.
  • Beijo na face: adultério, homoerotismo, violência psicológica, busca do amor e da felicidade.
  • Luamanda: amor, sexo, violência sexual, homoerotismo e libertação sexual.
  • O cooper da Cida: vida de migrante, crítica à velocidade dos grandes centros urbanos, aprendizado, autoconhecimento.
  • Zaíta esqueceu de guardar os brinquedos: tráfico; pobreza; violência; morro; assassinato; crianças em situação precária.
  • Di Lixão: pobreza, violência, menor abandonado, morte em desamparo.
  • Lumbiá: pobreza, violência, trabalho infantil, morte.
  • Os amores de Kimbá: desigualdade social, suicídio coletivo, homoerotismo, triângulo amoroso, problemas estruturais, oposição entre favela e classe média.
  • Ei, Ardoca: dificuldades, tentativa de suicídio, presença do subúrbio, assalto.
  • A gente combinamos de não morrer: favela, guerra do tráfico, maternidade, violência, morte, ficção (novela) versus realidade.
  • Ayoluwa, a alegria do nosso povo: comunidade negra, crise, ancestralidade africana, maternidade, esperança.

Importância da obra: Olhos D’água é um testemunho vívido e comovente do Brasil. Há uma força que não se cansa de lembrar a sociedade existente no país. As narrativas presentes na obra provocam uma intensa catarse, que faz com que a história ressoe longo tempo na memória do leitor.