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Unicamp: Sonetos De Luis De Camões - Curso Etapa

Sonetos De Luis De Camões - Curso Etapa

Sonetos De Luis De Camões - Curso Etapa

Autor: João de Almeida Lucas

Movimento literário: Classicismo português

Luís Vaz de Camões (1524/5 – 1578), sua biografia é feita mais de suposições do que de fatos: segundo a tradição, consideram-no além de poeta, soldado e viajante, tendo ficado mais de quinze anos no Oriente. Morreu em estado de penúria.  

Comumente, é considerado o maior poeta da língua, uma vez que no século XVI as virtualidades gramaticais do português estavam em formação e a obra de Camões auxilia na visão geral do alcance do idioma, tornando-se o grande modelo da língua portuguesa moderna. Além disso, Camões torna-se símbolo nacional português por toda a importância de sua obra. O aniversário de morte do poeta, 10 de junho, é comemorado hoje o Dia de Portugal.  

O poeta está inserido no Classicismo português, que por sua vez deriva do contexto do Renascimento europeu. Por se situar próximo ao final do XVI, também pode ser compreendido como pertencente ao Maneirismo, ou seja, denominação utilizada para nomear o período de transição entre o Classicismo e o Barroco, principalmente no tocante à percepção do mundo por um viés estritamente racionalista, marca da escrita clássica que Camões coloca em questão e prefigura a escrita do XVII.  

No que se refere à poesia lírica, escreve tanto em medida velha quanto em medida nova, tanto em português quanto em espanhol. No século XVI, a fórmula é emular (imitar para superar). Desse modo, o grande poeta antecessor, no caso de Camões, foi o italiano Francesco Petrarca (1304-1374) que serviu de modelo para a escrita do poeta português, principalmente no que se refere aos poemas de amor e ao uso de uma musa, a Laura de Petrarca criou a possibilidade da Dinamene de Camões.  

A publicação da obra lírica de Camões é póstuma. Nesse caso, houve a seleção para o vestibular de 20 sonetos que ilustram os pontos principais de sua obra.  

Escritos em medida nova, respeitam as regras do soneto petrarquista com o uso do decassílabo, todos com esquema rímico definido. Estilisticamente, há o uso de metáforas, antíteses e paradoxos que abundam nos poemas.  

Nos sonetos selecionados, trabalham-se temas como o amor conturbado (embate entre o amor neoplatônico e o amor carnal), bem como temas filosóficos: a efemeridade das coisas, a passagem do tempo e o desconcerto do mundo (sujeito e mundo nunca entram em acordo, causando incompreensão e angústia) além de temas religiosos, com comentários ou representações bíblicas. Camões torna-se o poeta que sintetiza o conhecimento da antiguidade clássica em meio ao início da era moderna. Os poemas transcorrem no contexto do século XVI. Apesar disso, convocam mitos e musas de épocas anteriores, tanto do universo bíblico cristão quanto os mitos pagãos greco-latinos.  

Alguns espaços aparecem no imaginário camoniano: Portugal, China, África, entre outros. A ideia da viagem é central na poesia de Camões, já que resume a curiosidade e a vontade de conhecer, características do artista do século XVI, calcadas no universalismo e no humanismo.