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Fuvest: Quincas Borba
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Autor: Machado de Assis
Movimento literário: Realismo
• Estilo: linguagem clara, precisa, enxuta. Exploração dos aspectos psicológicos das personagens. Capítulos curtos; digressões com finalidades argumentativas, reflexivas ou explicativas. Constantes interferências do narrador por meio de comentários/diálogos dirigidos ao leitor. Ironia, pessimismo e humor.
• Narrador: 3ª pessoa. Onisciente. Narrador não confiável, moderno e manipulador. Presença do discurso indireto livre.
Personagens
• Rubião: herdeiro da fortuna e da filosofia de Quincas Borba. Ingênuo, simplório, não desconfia da trama que armam ao seu redor. Morre louco, pobre, mas não vencido.
• Cristiano Palha: ambicioso, frio, oportunista e vaidoso em relação à sua esposa e ao status que conquista. Almeja posição social e usa todos os meios para obtê-la.
• Carlos Maria: jovem vaidoso, esnobe, altivo e galanteador. Conquistador endeusado pelas mulheres que o rodeiam, principalmente sua futura esposa, Maria Benedita, prima de Sofia.
• Sofia: mulher vaidosa e consciente do poder que exerce sobre os outros personagens, principalmente sobre Rubião. Sensual e dissimulada; dominadora e, como o marido, ambiciosa.
• Maria Benedita: adotada como pupila por sua prima Sofia. Ao final, torna-a seu objeto de despeito pelo seu casamento com Carlos Maria. Aniquila-se em função do marido.
• Camacho: personagem caricaturesco, politiqueiro e de fala empolada, cujos ideais e ideias são tomados de empréstimo. É versátil na arte da dissimulação. Dirige o jornal O Atalaia.
• D. Tonica: solteirona e quarentona. Revela-se uma mulher invejosa, infeliz, frustrada e revoltada. Teve pretensões de se envolver com Rubião como uma saída social para a questão do casamento. Filha do Major Siqueira. Gradativamente se afasta do casal Palha.
• D. Fernanda: mulher casamenteira, de boa índole e certa generosidade, a ponto de condoer-se do destino de Rubião. Promove o casamento de Carlos Maria com Maria Benedita.
• Freitas: parasita glutão que se aproveita dos charutos e da hospitalidade de Rubião. No entanto, tem certa simpatia, e é o oposto de Carlos Maria, ambos frequentadores da casa do Botafogo.
• Teófilo: marido de D. Fernanda, ambicioso e, às vezes, temperamental.
• Major Siqueira: mexeriqueiro e astuto observador da sociedade que o cerca, que lhe serve de motivo para suas observações sempre maliciosas.
Enredo
Romance datado de 1891, publicado dez anos após as Memórias póstumas de Brás Cubas, que marcou o início do Realismo na literatura brasileira. Escrito em 3ª pessoa, retoma o personagem Quincas Borba, que já havia exposto sua teoria do Humanitismo nas Memórias - cujo aforismo "ao vencedor as batatas" será o ponto de partida para este volume. Rubião, ex-futuro cunhado de Quincas Borba, herda toda a fortuna do filósofo, com uma condição: tomar conta do cão, também chamado Quincas Borba. Rubião cumpre as exigências do testamento e, de posse de uma considerável fortuna, segue para a Corte. No caminho, na estação de Vassouras, trava conhecimento com o casal Cristiano Palha e Sofia. Rubião torna-se verdadeiramente amigo de Cristiano, a ponto de lhe emprestar dinheiro e financiar alguns investimentos como sócio de uma companhia de exportação. Por outro lado, fica não só impressionado com a beleza e desenvoltura de Sofia, como nutre por ela uma incomensurável paixão. Sofia tem plena consciência do poder que exerce sobre Rubião e ora lhe dá esperanças, ora as retira, nunca se entregando a ele. Enquanto isso, Cristiano, por meio de artimanhas comerciais, dá um desfalque em Rubião e assume o controle de toda a fortuna do herdeiro.
Nesse intervalo, o leitor conhece a vida na Corte, desvenda os poderes e as ideias políticas, viaja pelas ruas do Rio de Janeiro em uma saborosa crônica dos costumes e do cotidiano das pessoas mais privilegiadas, tingidas com as cores machadianas de pessimismo, humor e ironia. Acima de tudo, Machado analisa a alma humana com um toque: a genial doutrina filosófica de Quincas Borba, agora entendida na sua práxis. Rubião gradativamente enlouquece sem nunca ter realizado seu sonho de amor. Antes de morrer, proclama-se imperador. Logo em seguida, morre seu único grande companheiro, o cão. Machado, no final, instiga o leitor perguntando-lhe quem, afinal, dera nome à obra: o filósofo - motor e mentor da filosofia - ou o cão, que Rubião achava ser a encarnação de Quincas Borba. Sabiamente, ele não responde, e diz que seria uma discussão para muitas outras páginas.