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Unicamp: O Ateneu - Curso Etapa
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Autor: Raul Pompeia
Movimento literário: Realismo/Naturalismo
Raul Pompéia (1863 —1895), escritor carioca nascido em uma família de comerciantes abastados, aos 11 anos é matriculado por seu pai no Colégio Abílio, internato que dará origem ao livro O Ateneu. Muito provavelmente, a maioria das memórias desse romance deriva desse período da vida do autor. Abolicionista e republicano, tem intensa participação na cultura da época.
O período literário compreende o do Realismo / Naturalismo, no entanto O Ateneu tem um estilo inovador e único. Uma das riquezas do livro é a sua multiplicidade de relações com os movimentos e tendências da época: Naturalismo, Realismo, Expressionismo, Impressionismo e o Parnasianismo. Como obra-prima, O Ateneu resiste aos rótulos, por meio de sua estrutura que suporta várias abordagens e repele as classificações apressadas.
O período literário compreende o do Realismo / Naturalismo, no entanto O Ateneu tem um estilo inovador e único. Uma das riquezas do livro é a sua multiplicidade de relações com os movimentos e tendências da época: Naturalismo, Realismo, Expressionismo, Impressionismo e o Parnasianismo. Como obra-prima, O Ateneu resiste aos rótulos, por meio de sua estrutura que suporta várias abordagens e repele as classificações apressadas.
A obra é dividida em 12 capítulos inominados e numerados por cardinais. Os capítulos funcionam como uma sequência de quadros que não são necessariamente subordinados entre si, criando-se uma percepção episódica das memórias do autor. O Ateneu começa a ser publicado em folhetins, em abril de 1888, na Gazeta de Notícias. A publicação em volume acontece no mesmo ano.
Sérgio (alter ego de Raul Pompéia) é o narrador-personagem que conta, já adulto, o período de dois anos em que viveu em um colégio interno no Rio de Janeiro, voltado para as famílias abastadas. A narração foca em uma galeria de personagens e acontecimentos derivados dessas memórias, ao lado das dificuldades de amadurecimento e incomunicabilidade. O romance tem início quando o pai de Sérgio diz: “Vais encontrar o mundo (...) Coragem para a luta.” Segue-se a vida do colegial de onze anos, enfrentando sozinho o mundo fechado de um internato, ao mesmo tempo sentindo-se despreparado e desprotegido. A amargura e o pessimismo direcionam quase todos os participantes da trama. As personagens são caricaturas. Refletem a vingança de Sérgio contra a instituição. Ainda em tom confessional, Sérgio traz observações sobre colegas e professores. Mantendo a tonalidade ressentida, principalmente em relação ao diretor Aristarco, representação do autoritarismo e a da repressão, excetua-se algumas poucas personagens masculinas (Dr. Cláudio, o pai e Bento Alves) e femininas (D. Ema, esposa do diretor, por quem Sérgio terá especial afeição), todos entram numa galeria de relacionamentos escusos e interesseiros. Os colegas são tratados de forma áspera, grosseira, em que a ausência de sensibilidade é patente. Movem-se como marionetes, seres tipificados como Franco, que recebe todas as desfeitas do colégio. A narrativa termina com o incêndio do colégio causado por Américo.
A trama desenrola-se cronologicamente durante o período próximo de dois anos, da chegada de Sérgio até o incêndio no colégio, durante a última década do séc. XIX. Por outro lado, o tempo psicológico das memórias aparece por flashs backs durante vários momentos da narração, criando-se várias percepções temporais para a narrativa, evitando-se a linearidade narrativa.