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Fuvest: Nós Matamos O Cão Tinhoso!

Nós Matamos O Cão Tinhoso!

Nós Matamos O Cão Tinhoso!

Autor: Luís Bernardo Honwana

Movimento literário: Pós-modernismo - Prosa moçambicana contemporânea

Autor: Luís Augusto Bernardo Honwana (1942) nasceu na cidade de Lourenço Marques (atual Maputo, capital de Moçambique, nome atribuído após a independência do país), mas foi criado em Moamba, no interior da província, onde seu pai trabalhava como intérprete. Filho de uma pequena burguesia letrada, ao completar 17 anos, retornou para Maputo para estudar jornalismo. Desempenhou inúmeras funções políticas no decorrer da vida.

Movimento Literário: pós-Modernismo – Prosa moçambicana contemporânea.

Obra: Nós matamos o Cão Tinhoso! (1964) é um conjunto de oito ficções extremamente críticas, por vezes, poéticas, em relação à condição colonial moçambicana. Escrito entre 1961 e 1963, foi publicado quando Honwana tinha apenas 22 anos, com extensa repercussão internacional, tendo sido traduzido para o inglês, o alemão, o sueco, o francês e o espanhol, entre outros idiomas. Até hoje é lido como um marco de resistência política e humana.

Características:

Estilo: escrita permeada de oralidade e de bilinguismo entre o português e o ronga, principalmente. Por meio de descrições hiper-realistas e recursos de encadeamentos de vozes, consegue extrair efeitos que mostram a opressão advinda do autoritarismo colonial.

Tempo: nem todos os contos possuem a marcação temporal precisa. No entanto, pode-se presumir pelo contexto que se trata dos anos de 1960, às voltas de 1964, ano da publicação do volume e do início da guerra de independência.

Espaço: Moçambique, notadamente a área rural das machambas e das lavouras.

Temática dos contos: 

  • Nós matamos o Cão Tinhoso!: violência infantil, opressão colonial e autoritarismo.
  • Inventário de imóveis e jacentes: visão infantil, alegoria da imobilidade, aculturação e pobreza.
  • Dina: exploração, estupro, condições de trabalho insalubres.
  • A velhota: violência física, fome, raiva e angústia diante da impotência de mudar o mundo.
  • Papá, cobra e eu: visão infantil, colonizado versus colonizado, colonizador versus colonizado, violência moral, humilhação dos colonizados e esperança.
  • As mãos dos pretos: racismo estrutural, racismo recreativo, tentativa de entender a diferença no tratamento dos seres humanos e lirismo.
  • Nhinguitimo: exploração, colonizado versus colonizado, colonizador versus colonizado, loucura e assassinato.
  • Rosita, até morrer: separação, pobreza; colonizado assimilado e busca de reatar a relação amorosa.

Importância da obra: é eleito pela Zimbabwe International Book Fair como um dos cem melhores livros africanos do século XX. A tradução para o inglês, de 1969, momento crítico da Guerra de Independência Moçambicana, recebe divulgação e reconhecimento internacional de forte apelo, tornando-se um libelo contra o colonialismo para várias outras culturas.