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Unicamp: Niketche – Uma História de poligamia
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Autor: Paulina Chiziane
Movimento literário: Pós-modernismo – Romance moçambicano contemporâneo
Autora: Paulina Chiziane (1955) nasceu em Manjacaze, província de Gaza, no sul de Moçambique. Negra, de família simples, herdou da avó, uma contadora de histórias, a aptidão para criar mundos e narrativas. Tornou-se reconhecida por ter sido a primeira mulher a escrever um romance em seu país. É considerada uma das maiores expressões literárias do idioma.
Movimento Literário: Pós-modernismo – Romance moçambicano contemporâneo.
Estilo: a escrita de Paulina Chiziane é permeada pela oralidade e pela apreensão poética, com o uso de metáforas e comparações, bem como e muitas referências à, terra, ao vento e ao mar. Tem um certo humor que perpassa os momentos de tristeza.
Niketche – uma história de poligamia (2002): O enredo centra-se nas agruras de Rami ao perceber que está envolta em uma relação poligâmica. O tema do amor e da infidelidade são paralelos à problemática principal do enredo.
Tempo: Primeiros anos do século XXI. Percebe-se a passagem do tempo apenas pelo desenvolvimento das personagens, uma vez que o tempo cronológico fica somente pontuado.
Espaço: Moçambique, notadamente o sul, em um país devastado pela guerra anticolonial e civil.
Personagens principais:
Rami: (Rosa Maria): narradora, 40 anos, 5 filhos, mulher do sul, esposa dedicada e fiel que perceberá que vive com um marido poligâmico, que tem mais 4 mulheres.
Tony: (António Tomás): machangana, 17 filhos, 50 anos, Dr. Comandante da polícia, poderoso esposo de Rami, ausente e polígamo.
Ju: (Julieta): “segunda dama”, 6 filhos, mulher do sul.
Lu: (Luísa): “terceira dama”, 2 filhos, mulher do norte.
Saly: “quarta dama”, maconde, 2 filhos, mulher do norte.
Mauá Sualé: “quinta dama”, 2 filhos, nortenha macua, por volta dos 19 anos.
Eva: mulata, estéril, rica, amante de Tony.
Gaby: amante de Paris. Aparece em uma viagem de duas semanas que Tony faz para “consultar um médico” na França.
Levy: irmão de Tony que irá efetuar o levirato.
Saluá: beldade nhanja rejeitada por Tony ao final da narrativa.
Enredo: Rami percebe que, a contragosto, está em uma relação poligâmica. Decide, então, contatar cada uma das outras mulheres do marido, Tony, e fazer uma “associação” entre elas. Consegue fazer com que todas sejam loboladas e reconhecidas perante a sociedade. Ao fazer isso, atravessa as fronteiras físicas e culturais de seus país. Rami transforma-se em uma mulher que gere a poligamia na qual o marido a colocou, inclusive com escalas semanais que todas as esposas deviam cumprir, a despeito de ser uma tarefa dolorosa para ela. No cumprimento dessa escala, nota-se como a mulher é rebaixada e sua função é de simplesmente servir ao marido. Na sequência, Rami financia os trabalhos das rivais, emprestando dinheiro para a abertura de pequenos negócios. Aos poucos, Ju, Lu, Saly e Mauá, começam a ganhar o próprio dinheiro e a conquistarem a independência financeira, de modo que decidem se tornar primeiras esposas de outros homens. Tony fica sem as suas mulheres e percebe que o filho que está no ventre de Rami é fruto do levirato.
Importância da obra: Esse romance abre as portas para a voz feminina em Moçambique e põe na ordem do dia a discussão sobre a poligamia. A aceitação da mulher na literatura moçambicana aumentou e gerou enorme debate sobre o tema. Romance atualíssimo para todas as nações, que confirma a crescente aquisição de direitos femininos nos últimos 150 anos.