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Fuvest: Marília De Dirceu

Marília De Dirceu

Marília De Dirceu

Autor: Tomás Antônio Gonzaga

Movimento literário: Arcadismo

Autor: Tomás Antônio Gonzaga, juiz, poeta e inconfidente.

Movimento Literário: Arcadismo.

Obra: Marília de Dirceu, principal obra de Gonzaga, passou por várias edições até ganhar a forma atual, com os 93 poemas divididos em três partes. Muito popular em seu tempo, foi o livro mais editado em língua portuguesa até o surgimento do Romantismo. A Parte I é dominada pelo deus Amor, e os poemas tratam da descoberta do amor e do desejo de realização amorosa. A Parte II é dominada pela deusa Fortuna, que persegue o eu lírico de forma implacável, impedindo que o amor aconteça. Alguns poemas da Parte III seriam bem colocados nas anteriores, mas outros poemas fogem do esquema proposto, evitando a Arcádia, o que sugere terem sido obras autônomas reunidas posteriormente. A presença da paisagem ideal bucólica, típica do Arcadismo, é constante, mas sofre algumas alterações nas Partes II e III, acompanhando a mudança de espírito: o amor feliz dá lugar ao amor triste, ambientado no lugar sombrio e terrível. O “efeito de sinceridade” produzido pelo poeta dá a vários poemas tom confessional, que se aproxima da subjetividade e sinceridade romântica – daí a tentativa de associar o eu lírico Dirceu, com Gonzaga; e Marília, com sua noiva, Maria Doroteia. Apesar desses momentos, grande parte do livro segue os ditames do Arcadismo, justificando a classificação.

Características:

Temas principais: amor, em diversos aspectos: descobrir-se apaixonado, esperança de amar, influência dos deuses mitológicos, sofrimento causado pelas expectativas, lamento amoroso, desespero com a distância.

Aspectos formais: uso de liras, poemas com versos fixos e rimados arranjados de diversas formas. Uso predominante de versos decassílabos, redondilhas maiores e redondilhas menores. Esquemas de rima muito ricos e variados, pois cada poema organiza as estrofes de forma peculiar, variando o número de versos por estrofe e o respectivo esquema de rimas, que diversas vezes faz uso da variação dos metros. Há presença de refrões em vários poemas. Vale a pena ressaltar que os padrões das estrofes são constantes nas estrofes de um mesmo poema, mas variam de lira para lira. As odes e canções da terceira parte do livro podem ser analisadas formalmente do mesmo modo. Há a presença de 14 sonetos, também na terceira parte.

Principais poemas: Lira I, 1; Lira I, 2; Lira I, 4; Lira I, 14; Lira I, 16; Lira I, 32; Lira II, 1; Lira II, 2; Lira II, 8; Lira II, 11; Lira II, 12; Lira II, 17; Lira II, 19; Lira II, 20; Lira III, 1; Lira III, 3; Lira III, 5; Soneto 1; Soneto 4.

Importância da obra: a obra, talhada conforme os preceitos do Arcadismo, apresenta certa tensão na direção do Romantismo, em decorrência do “efeito de sinceridade” produzido pelo autor. O sucesso editorial da obra mostra que o público do início do século XIX estava em busca de uma nova sensibilidade nascente. Marília de Dirceu, apesar de árcade, tende na direção do Romantismo e influencia a geração seguinte. A qualidade da obra, associada à vida política de Gonzaga, ajuda a imortalizar a Inconfidência Mineira no imaginário coletivo nacional. A obra apresenta traços da paisagem e da realidade brasileira do século XVIII, indicando certo interesse nacionalista do poeta. A musicalidade é muito valorizada na obra, graças ao amplo esquema de rimas. A obra de Gonzaga e de outros poetas de seu tempo contribui com a criação das “modinhas”, canções populares acompanhadas de violão, que estão na origem da música popular brasileira.