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Fuvest: Alguma Poesia
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Autor: Carlos Drummond de Andrade
Movimento literário: Modernismo – Segunda fase de consolidação
Autor: Carlos Drummond de Andrade (Itabira 1902 – Rio de Janeiro 1987), é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX.
Movimento Literário: Modernismo – Segunda fase de consolidação (1930-1945).
Estilo: Utiliza as ideias modernistas que apareceram na década de vinte, quais sejam: verso livre, temática do cotidiano, linguagem coloquial, humor, deboche, poema-piada, colagens, ironia, autoironia e crítica ao nacionalismo e à visão inocente do progresso urbano. Essas características conjugadas demarcam a consolidação da técnica modernista e o distanciamento da elevação da “arte pela arte” parnasiana.
Contexto histórico e literário: Demarcado pelas conquistas tecnológicas do início do século XX, nutre enorme desconfiança delas. Acompanha a urbanização da década de vinte, ainda incipiente, mas que já causa estranhamento na paisagem. Politicamente, há proximidade com a crise mundial emanada da quebra da bolsa de valores de Nova Iorque, bem como com a Revolução de 30 que termina a República Velha no Brasil e começa a Era Vargas. Literariamente, a produção do livro se deu entre 1924 e 1930, momento de assimilação e desdobramento das ideias da Semana de Arte Moderna (1922). Alguma poesia sai ao lado de Libertinagem (1930), de Manuel Bandeira e Poemas (1930), de Murilo Mendes, todos responsáveis pela consolidação do modernismo brasileiro.
Estrutura: Composto por 49 poemas de temas e técnicas variadas. Os principais temas são: críticas à Minas, paródias ao progresso, cenas caseiras e familiares, críticas políticas, quebra do amor idealizado e reflexão metalinguística. O livro usa frequentemente o recurso da intertextualidade e possui inúmeros poemas dedicados aos companheiros e literatos da época. A primeira edição do livro saiu pela Edições Pindorama, invenção do autor. O título dialoga criticamente com Poesias (1888), de Olavo Bilac, marco do Parnasianismo, alvo das críticas dos modernistas.
Poemas emblemáticos: “Poema de sete faces” que sugere a problemática do gauche e a ideia de um coração maior que o mundo; “No meio do caminho”, que atesta a radicalidade da escrita modernista e utiliza a metáfora da “pedra” como indicativo de dificuldade humana; “Cota zero”, crítica ao progresso em formato de poema-piada e “Quadrilha”, brincadeira bem humorada e trágica sobre os desencontros amorosos.